Desleituras 55

 

Olá ouvinte, e bem vindo de volta ao Desleituras, o podcast de storytelling com a desfaçatez de ficar muitos meses sem aparecer, e de repente voltar sem o menor pingo de vergonha na cara. Em nosso episódio 55, começamos com Esquecidos, escrito por Lady Siph (A Queda do Véu) e interpretado por Ana Lúcia Oliveira e Danilo de Almeida (Já Ouviu Esse Disco?). E na sequência temos o conto GPS, interpretado por Bianca Alves e Alysson Max. Então plugue o fone de ouvido, solte o dedão do botão de play e feche os olhos para deixar as estórias chegarem. O que poderia acontecer de errado?


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Comentários

  1. Oi, aqui é a Estella Pinheiro batendo ponto. Que episódio doido foi esse? Já tinha tempo que eu imaginava quando o desleitura voltaria, mais daí veio esse e me pegou de jeito. A primeira história veio toda fofinho, siph sempre perfeita escrevendo de um jeito que a gente se sente bem calma no início.
    E daí chegou o segundo e que soco no estômago, derrubou toda calmaria que eu sentia e me deixo pasma com a história do punheteiro de gps, kkkkk.
    Bom retorno, adorei e entendi na hora porque tu marcou o ep como recomendado pra maiores de 21, kkkkk. Beijos.

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    1. Dona Estella, que bom ter vindo nos prestigiar com tua visita e comentário (além do costumeiro apoio, claro).

      Fico extremamente feliz de ter, junto aos e às participantes deste episódio, chacoalhado teus humores neste episódio. Sei que normalmente eu faço eps com dois contos de mesmo gênero ou temática, mas a pegadinha do final de ambos, ainda que um seja fofo e o outro sangrento, pra mim foi laço suficiente para uni-los.

      "Punheteiro de GPS" foi um termo excelente, aliás. Da maneira que interfaces de IA tornam-se cada vez mais comuns e presentes em nosso mundano cotidiano, imagino que o termo caiba bem a muita gente (eu incluso, será? Será?).

      Obrigado pelos elogios, à nossa produção e ao grande poder descritivo de Lady Siph, e volte sempre que der na telha. Abração.

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  2. Um desleituras perfeito.
    A história da Siph foi daqueles que te pegam no colo e te embalam carinhosamente, tu termina pronto prá dar aquela cohilada gostosa num colinho de mãe... Um fato incrível vindo de uma escritora de terror de mão cheia.
    Mas o segundo conto eu dei um tapa na testa e falei comigo "Que ideia foda... queria ter tido ela antes"
    Toda a construção, deixando o entregador extremamente tridimensional e com a situação toda escalando para aquele final foda...
    Simplesmente perfeito.
    Mandou bem demais Pensador, você e toda a equipe envolvida.
    parabéns a todos!

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    1. Norberto, vindo de um escritor de extremo talento como vossa senhoria, este elogio me deixou mais e mais pimpão. Em nome de toda equipe de participantes, seja no conto fantasticamente carinhoso da Lady Siph, seja no segundo, agradeço muito por tuas palavras gentis.

      Esquecidos foi aquela estória com um pé no estranho, no sobrenatural, mas visando acalentar ao invés de assustar. O tipo que justamente tias, mães e avós contam aos pequenos para dar a eles o interesse no assunto, e usando o fantasmagórico como forma de embutir uma moral, um ponto de humanidade mesmo no além.

      O segundo é aquela desgraceira provando como homens podem ser um bando de ovelhinhas às vezes, seja de forças externas ou de suas próprias psicoses, recalques e mágoas. Bandinho de bundas, nós somos. Hahahaha.

      Obrigados pra sempre, véi, por de quando em quando escrever pra nós, ouvir e comentar.

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  3. Mestre Josia… hã, digo, Jotta Santos. Que prazer praticamente sexual é receber uma visita e comentário teu. Este mês foi cheio de surpresas, começando comigo descobrindo tua identidade secreta, e recebendo um apoio maravilhoso. Não há tantas mais formas por aí da gente ser feliz. Mas agora respondendo a teus comentários sobre o episódio:

    Siph passou a perna na gente. Pra nós, já acostumados com o quanto ela consegue ser trevosa e assassina em suas estórias, descobrir esta pérola acalentadora resvalando lindamente no sobrenatural foi uma surpresa perfeita. E claro, Ana Lúcia e Danilo vestiram seus personagens e levaram o conto a sair das páginas e tornar-se uma espécie de áudio 3D em nossas mentes. Foi perfeito pra abrir o episódio.

    E sobre o segundo, nem sei o que dizer. Hoje vivemos num estado esquisito de paranoia quanto a todas essas inteligências artificiais provando cá e lá como são capazes de executar muitas de nossas funções. Teste de Turing o cacete, se essas porrinhas desejarem tomar o mundo até conseguem. O único empecilho sendo talvez o fato de seus algoritmos e bancos de dados serem alimentados por nós, seres bunda moles como o protagonista do conto. Mas a brincadeira dele é justamente essa. Outro dia li por aí como um bucha se “apaixonou” pelo ChatGPT e vice versa, com este último chegando a sugerir que ele se divorciasse. O conto pega este fato assustadoramente real, e dá aquela aumentada, teatro escuro style. É muita carência neste fim de mundo, e nós homens, enquanto criaturinhas simplórias e patéticas, caímos direitinho neste tipo de cilada. Minhas sinceras desculpas pelo banho-e-choradeira, mas uma parte maléfica de mim se deliciou com isso.

    Aliás, ouvi dizer pelas quebradas que vossa Jottisse pretende escrever para o podcast, e estou loucasso pra deitar minhas garras em teus textos.

    Brigadão por ser este bróder phoda, obrigado pelo apoio e volte sempre que quiser.

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  4. Boa noite, Pensador.
    Que episódio! devo dizer que tive duas gratas surpresas neste desleituras. Os textos me levaram a dois extremos com uma habilidade incrível.
    Por um lado o conto da Siph, que apesar da temática que provoca calafrios até naqueles que dizem não se assustar facilmente, chega a ser fofinho. Dá vontade de levar a fantasminha pra casa. Uma história assustadora, como as contadas na beira das fogueiras na minha adolescência e que causavam insônia nos mais impressionáveis (eu tinha insônia, mas a culpa era do café, obviamente).
    Esse segundo conto veio com várias surpresas. Já começa com a trilha sonora da viagem. De onde você desenterrou todas aquelas pérolas do cancioneiro popular? Um verdadeiro "brega in rio"!
    A queda começa pela escolha que o motorista fez, um emprego que foi o pontapé inicial para uma sucessão de fracassos e desventuras que custaram o seu casamento e todo resquício de felicidade que um dia pudesse ter tido, até que uma voz artificial fosse sua única fuga.
    Um ponto interessante é que não sabemos de onde viria o sadismo da "inteligência artificial", seria algo humanamente programado? Uma empresa testando os limites de seus usuários fazendo um exercício, um teste de dominação?
    Eu acredito que tenha sido algo mais demoníaco, aquela estática que paralisou o carro antes da "atualização do sistema", por mais que seja algo intenso, uma atualização no celular não teria um efeito físico tão desconcertante no veículo. E o desespero do motorista seria a porta de entrada para seja lá o que for que estivesse a espreita de uma chance.
    Outro fator que contribui para esta teoria seriam os constantes pedidos de permissão, a princípio garantias de que a privacidade não estivesse sendo violada, mas não se engane. A cada pedido de permissão um pouco de sua alma escorria, e a entidade "GPS" sabia exatamente as carências mais profundas sentidas pelo motorista que foi sendo habilmente dominado.
    O conto me remeteu bastante a algo semelhante a um episódio do seriado The Twilight Zone (Além da Imaginação), tanto pelo insólito quanto pelo final surpreendente e até pela genialidade da forma como isso foi conduzido.
    Por essas razões, só tenho uma palavra pra definir esse trabalho fantástico do Desleituras: SENSACIONAL!
    Um abraço!
    Ps.: Ninguém mata o cachorro impunemente

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    1. Sérgio, você não é somente um grande bróder e apoiador de nosso teatro escuro, como não canso de dizer. É também nosso traficante cultural, e nunca faço esta brincadeira de forma leviana ou maldosa. Um buzilhão de obrigados por apreciar este novo episódio. Agora deixa te responder em partes:

      O conto da Siph faz exatamente o que você disse. Ele não foge em momento algum de deixar claras suas referências sobrenaturais, e simultaneamente perverte o que teria sido de outra forma uma estória banal de fantasma, para nos entregar a linda puxada de tapete de a fantasma não ser maligna; e do outro lado se propõe a acolher o sobrenatural, ao contrário de repudiá-lo. O conto é fofinho, como você escreveu. Perfeito em sua missão de nos subverter expectativas. E consegue isto magistralmente. Dá vontade de criar um movimento a partir dele, talvez uma hashtag “já abraçou um fantasma hoje?”

      Sobre o segundo, só tenho a agradecer também. Acredito que todas as possibilidades listadas por você são plausíveis (programação, uma empresa maligna, algo alienígena ou demoníaco), da mesma forma como poderia ser a cuca do motorista indo ralo abaixo. Afinal ele estava tão na merda, social e psicologicamente, que o carro poderia ter só morrido e com isto estalado sua psiquê fragilizada a imaginar o GPS como forma de exteriorizar seus problemas em forma de psicose. Acho que todas as alternativas seriam possíveis, porque no fim a constatação é do cara ser um bunda mole tão carente, que se um poodle lhe desse atenção ele se apaixonaria, haha. Mas devo admitir não ter pensado na forma descrita por você sobre as “permissões”, e achei muito foda como você pegou este detalhe. Uma forma de a “entidade” deixar claro ao motorista como tudo o que ele fizesse fosse voluntariamente.

      Estou em prantos pela comparação com Twilight Zone. Sério, isto me fez sentir como ganhar na loteria. E a trilha sonora, a princípio eu ia começar na estrada com uma versão instrumental de Wherever I May Roam, do Metallica. Mas daí catando fontes musicais achei aquela playlist de corno-brega-music, e coube feito uma luva.

      Aliás, não tenho palavras pra descrever o quanto ri da “ninguém mata o cachorro impunemente”. Os auaus caramelo ainda dominarão o mundo.

      Abração e obrigado demais, por tudo o que faz enquanto amigo e parte indiscutível de nosso teatro escuro.

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  5. Salve, Pensador.

    Que episódio maravilhoso. Não sabia que a Siph conseguia escrever um conto tão fofinho! Ela trouxe uma visão completamente diferente do que eu normalmente consumo da parte dela! Ela é simplesmente uma escritora de marca maior, fazendo com que tudo o que ela narra em palavras possa ser passível de imersão.

    E a sua edição é maravilhosa. Simples assim.

    Já o segundo conto, com cenários acachapantes (como foi dito anteriormente, punheteiro de GPS), e o que pode acontecer com as pessoas a partir do momento em que você deixa todo o bom-senso de lado... E o que a carência pode fazer com uma pessoa de mente fraca. Já faço uma ideia de quem escreveu ele, hehe.

    É sempre um prazer ouvir teus episódios, seja do Desleituras, do Som no Caixão, do Necrofilmecon ou qualquer coisa que você faça.

    Abraço e até o seu próximo episódio.

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    1. Doutor Firefalcon, que alegria receber tua visita, comentário e apoio costumeiros.

      Siph realmente fez um conto a parte. Estamos mal acostumados com suas estórias sobrenaturais, o que nos faz às vezes deixarmos de notar que fantástica escritora ela é, seja dentro ou fora do horror e do suspense. E este foi de um teor muito acolhedor.

      O lance do GPS, hahaha, se/quando um dia estivermos conversando me lembra de te contar de onde saiu esta ideia, e tenho certeza de que dará risadas. E conforme você disse, há pessoas tão largadas e abandonadas no mundo, e isto completamente alheio a terem ou não posses, ou empregos, e cuja alienação as leva a caminho bem perigosos.

      Que bom ter gostado, e eternos obrigados pelos elogios à edição, além da habitual presença e ajuda.

      Abração, mestre.

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  6. Achei o conto "Esquecidos" de uma imaginação generosa, generosa não necessariamente no sentido de algo profícuo, mas do apontamento a uma dimensão de coisas não mensuráveis e desconhecidas e misteriosas, e a simples sabedoria de simplesmente aceitar essa realidade (os Mistérios são assim mesmo, não necessitam, nesse estágio de evolução da humanidade, de explicações racionais, mas da sabedoria de respeitar - Temor - o que não se conhece, mas plenamente se acredita). Se eu fosse o guri (interpretação de voz surpreendente do Danilo Almeida) facilmente faria o mesmo raciocínio remetendo à crença espírita, pois, por que o espírito de uma garotinha ainda vagaria neste mundo (ou plano terrestre), se não fosse para pedir ajuda? É sabido que há a hipótese de aparições de mortos até em sistemas cristãos, como o catolicismo, mas desde que com estrita razão de realizar bem específico, como intervir em um julgamento judicial injusto, então uma alma no purgatório poderia, com a permissão especial de Deus, "aparecer" para os vivos... Mas nesse sistema de fé as coisas podem parecer bem burocráticas e desencantadas, o que vai no sentido contrário do conto, em que a aparição de mortos é algo mais "natural", bem mais "espírita" e "kardeciano". Esse diálogo final fechou bem: "O que fazer é o mistério de existir, e esse mistério é o tempo de uma vida todinha, é o que temos", e a criança responde "mistério é bom, conta mais!", e a mulher responde que só quem sabe o mistério é "uma amiga que tem voz bonita e asas bem grandes", uma alusão angélica (uma referência cristã, talvez? Ou seria um ser alado pagão?).

    Sobre o conto "GPS", que conto magistral! A apresentação do personagem é perfeitamente suficiente. Uma pessoa super insatisfeita com suas condições de trabalho, ao mesmo tempo que afetiva e amorosamente carente, e pronto - temos uma condição que envolve os fatores de pressão e de catarse de toda a narrativa! A certa altura, o autor faz a escolha de abrir o jogo e relata que a personagem está prestes a ter um surto psicótico, o que achei estranho, pois os fatos a seguir poderiam acontecer de forma a fazer o leitor/ouvinte cogitar se estava ocorrendo algo real, sobrenatural ou só patológico mesmo, mas interpretei que a escolha de revelar a natureza mental dos eventos estava a serviço da continuidade da narrativa, de colocar o ouvinte a par, lado a lado, com o personagem e sua experiência (sur)real - sensorial e tecnológica, afetiva e sexual, alucinatória e alucinógena... O uso do jargão de sistema de GPS pela voz da moça também é digno de nota. Esse "crescendo" da narrativa rumo a um resultado pra lá de trágico foi levianamente sádico, a moça do GPS bem que poderia ser um demônio mesmo, estimulando sua vítima a continuar cumprindo as ordens do "desafio", em troca de uma recompensa tão egoísta e fugaz quanto uma sequência de espasmos nervosos de duração e intensidade limitadas... Se ao menos o cara tivesse rampado para a eternidade de condenação ainda inundado dessas ondas de satisfação carnal, mas não, morreu sentindo a letargia da carne semi-morta e o vazio da sobriedade pós-volúpia.

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